sábado, 24 de dezembro de 2011

"MINHA CULPA"

Foto: Felipe Oscar

Cidadão ri da manifestação.
Mal sabe, talvez, o quanto a coisa é séria!

Entrevista no jornal “A Notícia”, traz versão do Marcelo Duque sobre a participação da Vereadora Deise, sua esposa, e do Prefeito Adilson Bolinha (PSDB) no escândalo dos carros da Saúde utilizados para fins particulares. O fato está dando o que falar na cidade, por conta das pessoas envolvidas e da polêmica envolvendo denúncias e manifestações populares.

Na sequência abaixo, as perguntas do jornal, as respostas do Marcelo e a nossa opinião a respeito.


A NOTÍCIA: Por que você foi encarregado de conseguir o transporte?

Marcelo: Quando eu e a Deise fomos no “Steio”, numa noite de abril, os funcionários que já tinham feito uma viagem juntos convidaram a gente para participar do grupo que ia para Santa Catarina. Eles queriam juntar umas 20 pessoas para que o pacote ficasse mais barato. Como eu conhecia todo mundo e já tinha trabalhado na Prefeitura, inclusive com alguns deles, concordei em ir. Combinei com eles, mesmo sem a Deise saber, porque na hora ela conversava com outras pessoas. Depois, ali mesmo, eu contei para ela que já tinha acertado que a gente ia também. Eles me informaram que o gerente da agência de turismo falou que não iam fornecer o transporte daqui até o aeroporto de São Paulo e de volta também. Liguei e falei com o pessoal da agência, se eu não me engano o nome da agência é Doksa Viagens, e eles disseram que o transporte não se incluía porque o pacote já estava com um desconto alto. Então eu deixei claro ao nosso grupo que conseguiria o transporte até o aeroporto. Toda vez que um deles me perguntava eu dizia que estava resolvendo. Uns quinze dias antes da viagem eu tentei ver com um conhecido meu, o Neto de Mogi, que tem van, para levar a gente até o aeroporto, mas ele me disse que o carro estava com problema na parte elétrica. Não me preocupei mais e liguei para o Prefeito...

O ESPELHO: Quinze dias antes tenta apenas uma vez e, com tantas opções na praça e tanto tempo para ver, desiste de alugar um veículo particular. Acha mais fácil ligar para o prefeito e resolver tudo da forma mais conveniente...

A NOTÍCIA: Você não acha que vão pensar que você está tentando livrar a Deise assumindo a culpa?

Marcelo: Não sei o que vão pensar, mas a culpa é minha. Todos os funcionários que viajaram sabem, porque eu falei para eles que eu ia resolver e que tinha falado com o Prefeito. Eu já falei na sindicância e disse isso mesmo. A culpa é minha.

O ESPELHO: Assumir a culpa é fácil, difícil é contar com coerência a verdade!

A NOTÍCIA: Por que você buscou usar os carros da Prefeitura?

Marcelo: Porque achei que podia, já que a gente contrata serviços do caminhão para baldear terra, contrata o trator para arar ou com a carretinha para puxar entulho que a Prefeitura acaba usando nas estradas de terra; também contrata máquinas para fazer corte de casa e consertar caminho particular. Como não ia ser de graça, já que íamos pagar, pensei que não fosse proibido.

O ESPELHO: “De pensar morreu um burro!” Não é o que reza o ditado? Mesmo sendo verdade o alegado, nada justificaria a ignorância do funcionário e é por isso que essa afirmação não se sustenta. Além do mais, onde está o comprovante do pagamento antecipado do requerimento? O pagamento pelo uso do veículo, uma vez aceita essa situação pela municipalidade - embora consideremos improvável ou pelo menos absurda, até poderia ser feito após, mas o requerimento não. Além do mais, que lei autoriza isso?

A NOTÍCIA: Você sabia que poderia haver problemas, mal entendidos?

Marcelo: Não. Pensei que poderia ser do mesmo jeito que caminhão, máquina e trator. Não ia ser de graça, nós íamos pagar e por isso não tinha problema. Eu fui funcionário da Prefeitura e saí demitido pelo Quico quando ele mandou os adversários embora. Mas, no final de 2006, era uma quinta-feira à tarde do mês de novembro eu acho, o Padilha, que era Secretário de Esportes da Prefeitura convidou a gente para representar a Prefeitura, como se fôssemos funcionários; nós fomos de ônibus da Prefeitura para representá-la numa partida de futebol de salão contra a equipe da Prefeitura de Guarulhos, depois fomos para Guararema e depois eles foram para Paraibuna. Nesses jogos sempre comemos e bebemos, porque a gente saía à tarde e voltava no final da noite ou de madrugada, e o Padilha pagava tudo em nome da Prefeitura. No dia que fomos a Guarulhos, estavam no carro o Padilha, eu, o Toninho Lino, o Clécio, o Wagner meu cunhado, o Nildar da Oficina, o Ezequiel da Prefeitura; tinha mais gente, mas eu não lembro. O Marquinho da Aurora foi o motorista e levou o filho dele junto. Nesse jogo desempenhamos muito bem em quadra e fiquei com o troféu que está em casa até hoje. Depois a mesma equipe esteve em Guararema e também em Paraibuna, mas em Paraibuna eu não fui porque tinha machucado meu joelho. Se é proibido usar um carro da Saúde agora, na época não era? Se agora nós fomos porque somos parentes dos funcionários, na época que fomos a Guarulhos jogamos como se fôssemos funcionários e nem éramos, pelo menos eu, o Nildar, o Toninho Lino, o Clécio, o Wagnão, o Nildar, ninguém era funcionário. Por isso achei que não tinha problema. Quando trabalhava na Prefeitura muitas vezes eu vi carro da Prefeitura levar time de futebol, pessoal de igreja, não sabia mesmo que, se a gente paga não pode, só porque o carro é da Saúde. Ah, o carro foi usado na hora que não tava sendo usado para levar paciente, foi de noite.

O ESPELHO: Tudo isso para dizer o quê? Que um erro justificaria outro? Se houve erros naquela época eles deveriam ter sido denunciados e não encobertos. A verdade que agora aflora é que a impunidade era tão evidente que motivou o que foi feito com todos conscientes da gravidade, mas crentes de que seria como sempre foi – na “faixa” e sem conseqüências.

Se a intenção era realmente pagar pelo transporte, bastava ligar para a empresa turística e renegociar o pacote incluindo a condução...

Os carros da Saúde não atendem pacientes à noite? Se houver uma emergência – um caso de vida ou morte, como é que fica – o paciente morre?

A NOTÍCIA: Você consultou o prefeito Adilson a respeito sobre a disponibilidade desses veículos?

Marcelo: Eu liguei para ele e falei que uns funcionários da Saúde precisariam ir a São Paulo, mas que a viagem tinha que ser à noite da véspera do feriado e se algum carro da Prefeitura poderia levar. Ele falou que o pedido devia ser feito por escrito pelo chefe dos funcionários e tratado na Chefia de Gabinete. Procurei falar com o Marcelo Uono, mas não o achei. Achei que era muita burocracia ter que fazer papel para tudo e liguei direto para o Chefe do Transporte. Ele falou que o pedido tinha que ser feito por escrito e eu disse que ia falar para eles providenciarem. No dia anterior à viagem eu liguei de novo para o Chefe do Transportes e falei que a viagem era à noite e ele me disse que estava controlando o uso de carros porque estava racionando combustível e não podia autorizar horas extras. Eu falei para ele que não seria de graça, que ele podia calcular o valor que ia ser pago por depósito como se faz com hora de máquina ou de caminhão. No dia da viagem eu liguei e falei o número de passageiros, o horário da saída e que o carro deveria passar na frente da minha casa porque dali ia passar em mais outros dois lugares, na frente da casa da Dona Nilza e na frente do Steio.

O ESPELHO: Pelo que entendemos na primeira pergunta, o primeiro contato com o prefeito foi feito quinze dias antes da viagem, ao constatar que o carro do seu conhecido Neto estaria com problemas. Quer nos fazer acreditar que procurou pelo Marcelo Uono durante duas semanas e não o encontrou, sendo que ele tem a obrigação de estar diariamente na Prefeitura? O que entendemos é que o pedido por escrito não foi feito porque nada justificaria algo desse tipo, já que ninguém estava a serviço da comunidade. E por que o Chefe dos Transportes liberou a condução sem documentos? Quem poderia lhe dar autorização para isso senão o prefeito? Se foi o prefeito, ele (o chefe dos transportes) provavelmente jamais confirmaria para não comprometer o seu chefe e correr o risco de perder o emprego; se não foi o prefeito, o responsável pela liberação deveria ser punido por negligência e, em última análise, perder o emprego. Se o prefeito demiti-lo sabendo que ele não tem culpa de nada, terá nele um terrível inimigo político pela covardia cometida contra a fidelidade dele. O prefeito está, realmente, com uma batata quente nas mãos. Situação difícil, hein?

A NOTÍCIA: A Vereadora Deise, sua esposa, sabia a respeito da sua decisão de usar veículos públicos?

Marcelo: Não, nenhum dos funcionários sabia. Também não fui eu quem escolheu o carro da Saúde. Foi na hora de embarcar que o carro chegou e viram que era da Prefeitura. Eu disse a eles que a van que deveria levar tava com defeito na parte elétrica e para viajar à noite não tinha como fazer porque o farol não ficava aceso, além de outras falhas. Eu disse que tinha falado com o Prefeito e que tava tudo acertado com o Chefe de Transportes, mas que íamos pagar e que o valor daria mais ou menos trinta e cinco reais por pessoa.

O ESPELHO: Sendo verdade que quinze dias antes da viagem o carro do Neto estava com problemas elétricos, havia tempo mais que suficiente para corrigir essa falha... Um casal que se preza não tem segredos um para o outro, é a coisa mais natural do mundo... Se na parte da manhã até o motorista já sabia da viagem à noite, porque a própria esposa não saberia? Entretanto, quem numa situação delicada como essa confirmaria pergunta tão comprometedora?

Trinta e cinco reais por pessoa resultaria em setecentos reais no total. Por que pagaram apenas trezentos e noventa e nove reais? Quem teria feito a estimativa e com base em quê?

A NOTÍCIA: Qual foi a atitude da vereadora Deise quando percebeu o que você estava fazendo?

Marcelo: Ela me ouviu falando isso aos outros e perguntou se eu tinha falado com o Prefeito e eu disse que sim. Eu disse para todo mundo que a van estava quebrada, que não podia ir. Eu disse que tinha ligado para o Prefeito e ele sabia da viagem.

O ESPELHO: Então o prefeito sabia da viagem e não sabia do motivo nem da falta de documentação? Ela viu um carro da Prefeitura levando funcionários e amigos para fins particulares e a única preocupação dela foi saber se o prefeito havia autorizado? Para quê, para ter o respaldo dele? Mas, afinal de contas, como é que uma fiscalizadora do Executivo aceita passivamente uma situação dessas?

A NOTÍCIA: Você disse quando tinha ligado para o prefeito?

Marcelo: Não, eu só disse que tinha falado com o Prefeito e acertado tudo com o Chefe de Transportes. Eles ficaram tranqüilos porque eu disse que iríamos ter que pagar, mas que tava tudo certo, não tinha problema nenhum. A gente depositaria em nome da Prefeitura. Todo mundo ficou tranqüilo porque confiou em mim.

O ESPELHO: Falou com o prefeito, acertou tudo com o Chefe de Transportes e não houve problema algum...

A NOTÍCIA: Não seria mais lógico você ter contratado transporte particular?

Marcelo: Como eu já disse, seria mais certo, é só agora que eu sei que não podia. Eu até tinha procurado um amigo meu, mas ele tava com o carro com defeito.

O ESPELHO: Quinze dias antes, um problema elétrico... e não deu tempo de fazer a manutenção?!

A NOTÍCIA: O que você pode dizer do valor de R$ 399,00 depositado por vocês na conta da Prefeitura?

Marcelo: Esse valor paga o combustível e as horas extras dos motoristas. Foi calculado pelo Chefe de Transportes. Nós juntamos, nós que viajamos, e depositamos na conta da Prefeitura. Acho que o original do recibo está com a Rose, mas todos ficaram com uma cópia.

O ESPELHO: Quanto custa na praça uma corrida dessas por uma van? E se realmente era para pagar, por que não contratar logo uma da praça, com tantas à disposição? Bastava um telefonema...

A NOTÍCIA: Você se considera responsável por todo esse escândalo?

Marcelo: A culpa da dor de cabeça é minha mesmo. Eu sou homem o suficiente para assumir a culpa, mas o que você chama de escândalo aconteceu porque existe um interesse político para afastar a Deise e criar tumulto entre os vereadores. Depois que nós montamos o PSD e o Angelino e o Ratinho se filiaram nele, a gente sabia que ia ter revanche. Você sabe que as contas do ex-prefeito vêm para ser votada na Câmara e que o Tribunal de Contas já reprovou elas, então se eles conseguissem virar o jogo iam aprovar as contas, senão ele não pode nem ser candidato.

O ESPELHO: Interesse político sempre há, mas se um lado não faz nada errado não há como o outro tirar proveito. Não adianta, agora, atribuir culpa ao outro...

A NOTÍCIA: Você fala de perseguição política, mas foi a vereadora quem falou na Tribuna...

Marcelo: É o jeito da Deise. Quando falaram que um vereador tinha viajado com o carro e que os outros estavam sendo criticados, ela não quis deixar os outros pagarem. Ela assumiu que tinha viajado, mas não como vereadora, porque ela foi convidada como funcionária e eu como ex-funcionário. Tá certo que a gente tem amizade com todos, mas a viagem era para um grupo de funcionários e se ela não fosse funcionária não seria convidada. Quando falei em perseguição é porque o tamanho que o caso tomou foi porque tinha gente interessada num escândalo. O motorista que deu entrevista é irmão do suplente da Deise, vai dizer que não tem interesse? Se ela sai o irmão dele entra, não tem interesse aí? Um punhado de gente que nunca foi em sessão da Câmara agora vai, junto com o ex-prefeito, com o outro ex-prefeito, com gente que trabalhou para eles, com quem vai ser candidato na próxima eleição. Tem interesse político sim.

O ESPELHO: Normal o interesse, a participação popular e a presença de políticos. Uma situação inusitada dessas, com toda essa áurea de escândalo, certamente traz o povo para ver de perto e a Oposição também para tentar de alguma forma tirar proveito – que político esperto não faria isso? Além do mais, quem não for esperto nem queira ser político...

“Se ela não fosse funcionária nem seria convidada...” No entanto, parece que uma dúzia dos que foram não eram funcionários. Entretanto, o que tem a ver uma coisa com a outra?

“Ela foi como funcionária, não como vereadora.” Explica-me, de forma convincente, como é possível separar uma coisa da outra...

“Tem interesse político sim.” Sim, sempre tem! Dos dois lados...

A NOTÍCIA: Você tem noção dos problemas que causou?

Marcelo: Claro. Eu já disse que a culpa é minha, nenhum dos servidores têm culpa. Agora essa coisa de ficar indo na frente de casa, da casa da mãe da Deise, da casa da minha mãe e fazer gritaria com megafone e vuvuzela, aí já é demais; eu fiz um B.O. na delegacia porque a minha mãe, a mãe da Deise e a tia dela são pessoas de idade e passaram mal com medo de invadirem a minha casa onde estava minha filha menor. Chutaram o portão da casa da minha sogra e ela caiu e desmaiou. Isso é perturbação do sossego, depois também ofenderam a Deise, xingando ela de coisa que ela não é. Se eles mesmos entraram com pedido de cassação da Deise e os vereadores votaram contra, é porque já tem outro processo lá sobre o mesmo assunto. A Deise e os outros funcionários já explicaram para a promotora, já falaram na sindicância, até eu fui chamado na sindicância da Prefeitura, e eu disse o que estou dizendo aqui: que a culpa é minha!

O ESPELHO: O fato de assumir para si a responsabilidade não isenta a vereadora - é uma autoridade envolvida. Ela usou o carro, sabia que era um veículo público de um setor crítico sendo desviado para fins particulares e aceitou isso passivamente. O que os manifestantes realmente fizeram e o que se diz disso são duas coisas distintas. Certamente o juiz saberá discernir sobre quem fala a verdade e se alguém mente ou inventa algo para se isentar ou levar vantagem. Quem tiver culpa no cartório certamente deverá responder pela irresponsabilidade, pois não faltam testemunhas oculares sobre o que de fato ocorreu – inclusive de autoridades policiais com boletim de ocorrência, como é de praxe em situações como essas, já que eles acompanhavam de perto tudo que aconteceu ali, desde o princípio até o final da manifestação.

A NOTÍCIA: Você percebe que a sua atitude pode trazer-lhe um processo?

Marcelo: Claro. Agora eu sei que pode.

O ESPELHO: E pode mesmo! (“Juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade...”)

A NOTÍCIA: Você quer falar mais alguma coisa sobre esse caso?

Marcelo: Não. Toda minha família está muito abalada com o ato que fizeram na frente de minha casa no dia 28 de novembro, minha filha menor está até com medo de ir à escola. Acho melhor não falar mais nada, porque tudo o que a gente fala eles podem inverter.

O ESPELHO: A inversão de valores e a distorção da verdade são típicas de políticos mal intencionados. Tanto de um lado, quanto do outro... Mas a verdade é uma só!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dá para acreditar em político?

...mais sujo que poleiro de galinha...

Não vem que não tem! (mas se vier, tem...)


Em artigo do jornal "Gazeta Regional" - página 3 primeira quinzena novembro/2011, distribuído porta a porta em nossa cidade, a Situação (Governo Adilson Bolinha) reclama que a Oposição (segmento não identificado, mas, pela forma como ataca Rafael, deve ser o grupo dele), está massacrando publicamente a vereadora Deise - como se ela fosse inocente e o povo carrasco.

Na verdade não é bem assim que as coisas estão acontecendo. Pode até estar havendo algum exagero na dosagem e algum grupo estar realmente tirando vantagem política da situação, pois não há mesmo como evitar isso e é natural que seja assim. Só há dois lados, portanto, quando um ganha o outro perde, mas não tem nada a ver com Oposição - pelo menos é o que parece pelo jeito como as coisas estão evoluindo.
É o Povo, de fato, mostrando toda a sua indignação. Com a vereadora, com a Câmara - pela postura da maioria dos vereadores em relação ao caso, pela forma como os carros foram conseguidos envolvendo a responsabilidade na liberação. O prefeito não assume que autorizou, alegando a falta de um documento, mas sabia do fato uma semana antes. Alega desconhecer o motivo, mas ele deveria ser o primeiro a saber ou questionar no exato momento em que foi procurado pelo marido da vereadora. Afinal, para atender necessidades do setor não seria preciso contato com o prefeito, bastava seguir os critérios para utilização dos veículos em situações normais. Nada justifica a falta de controle, a falta de critério ou acordos verbais para situações insustentáveis como essa.
Ninguém consegue explicar direito isso e parece haver blindagem para esconder o que de fato ocorreu. Há declarações contraditórias e é preciso esclarecer. Alguém parece estar mentindo e se é relevante ou não são meros detalhes. Independente, porém, da responsabilidade legal atribuída a quem porventura tenha sido delegado poder, a responsabilidade moral é de quem deveria implantar controles eficazes e não o fez. Ou, se fez, deveria cobrar a sua execução ou, no caso de negligência comprovada, punir a irresponsabilidade. Mas, se não teve visão, criatividade ou vontade política para mudar culturas anteriores ao seu mandado, deveria agora assumir que falta planejamento adequado para a sua administração.
Se a tal Oposição tiver rabo de palha, vai se queimar também, mas na hora certa. Tudo que o povo quer agora é Justiça e vai querer o mesmo depois. Não com as próprias mãos, mas com o braço forte da Lei. A Situação reclama que quer o mesmo tratamento no julgamento das contas do Rafael. Nada mais justo, investigações servem exatamente para isso. Não é preciso pedir, a Câmara é que deve saber como agir na hora e sem medo do povo se estiver com a razão.
Porque o Povo, o verdadeiro povo, esse que de vez em quando acorda, sabe gritar quando preciso e fazer valer a sua razão. O Povo não sai às ruas por qualquer coisa, só porque alguns políticos querem.
Esse mesmo jornal diz, no final do artigo, que "um certo vereador já teria recebido uma parte do dinheiro de um suposto acordo para ser usado e abusado por ex-administrador público." Que vereador é esse? Que dinheiro é esse? Que acordo é esse? Que ex-administrador é esse?
Não adianta jogar coisas leves e malcheirosas assim ao vento - de fofoca o povo já está cheio! Se há evidências palpáveis, com testemunhas confiáveis, com um mínimo de prova que seja, seria mais construtivo levar a denúncia diretamente à Promotoria em vez de disseminar comentários que mais confundem do que esclarecem a comunidade. Salesópolis não precisa disso na Imprensa. Precisa mesmo é de trabalho sério, honesto, transparente, imparcial e acima de tudo a serviço da conscientização popular e não para fomentar picuinhas políticas.
Disso o povo já está cheio e é justamente por isso que está agora se revoltando e se voltando contra o sistema corrupto e insensível aos verdadeiros anseios populares. O Quico também foi citado de forma bastante pejorativa e ele parece estar se aliando ao Rafael para a próxima eleição. É outra coisa que não dá para entender. Rafael passou uma bela rasteira nele, tomou-lhe a Prefeitura e se elegeu depois às custas da execração dele. E agora ele, justamente ele - o Quico, se alia ao seu carrasco.
Política é realmente algo difícil de entender. Como é que os eleitores do Quico poderão aceitar uma coisa dessas? Como é que os eleitores do Rafael vão engolir o Quico depois da imagem que o Rafael fez dele para conquistar os votos na eleição que o elevou ao Poder e jogou o outro na lama? E como é que os dois visitarão o eleitorado juntos depois de tudo que passaram ou fizeram um ao outro?
E do Nêgo, ninguém fala nada? Para quem não sabe ele também está no páreo... Ou será que estão achando que ele não oferece perigo? E o Dr. Gilberto, do PSD da Deise, será que sairá mesmo candidato? Quem seria o seu vice, Adilson Bolinha? Ou o Adilson, depois de todo trabalho que teve para encher a prefeitura de cabos eleitorais (é o que o povo diz), acha que não vai ter pra ninguém na próxima eleição? Pelo jeito estamos todos bem arranjados. E os políticos desesperados para ferrar um ao outro. Sei não, mas acho mesmo é que vai sobrar pra todo mundo... Se continuar assim o povo não vai ter é em quem votar!