sexta-feira, 12 de outubro de 2012

VENDE-SE VOTO!


A prática da compra de votos veio a Salesópolis para ficar. Alguém poderá perguntar: tem como provar? Claro que não e quem quiser que abra um processo. O povo sabe, muito eleitores sabem, alguns até se vangloriam de terem recebido dinheiro de vários candidatos citando valores e nomes e em quem votou porque pagou mais. Virou realmente um leilão... E já tem até conjuge se vangloriando que era questão de honra eleger "a qualquer custo" seu par conjugal.

Quem trouxe essa novidade para as nossas eleições foi um candidato que não tinha motivo algum para esconder o que fazia. Foi o candidato mais votado e não sabia o que fazer depois de eleito – podia ter assumido a presidência da Casa, mas não o fez por estar totalmente despreparado. Mudou, com isso, a cultura da nossa pacata e honesta cidade.

Ao que parece o custo-benefício é indiscutível, pois um vereador vai faturar por quatro horas semanais a bagatela de 182 mil reais durante o mandato (considerando-se um salário de 3 mil e quinhentos reais por mês e o décimo terceiro. Sem contar as férias diferenciadas, os possíveis gastos com combustível, celular e outras mordomias. Portanto, se um candidato investir de 50 a 100 mil reais numa candidatura (para comprar votos), ainda sairá com lucro de mais ou menos 100% sobre o valor investido. É, realmente, um bom negócio...

Há quem diga que chegou a vender seu voto por duzentos reais – e já havia recebido 50 ou 100 de outros candidatos. Quatrocentos, trezentos ou duzentos votos – teoricamente suficientes para alguns deles se elegerem – poderiam custar (mesmo no superfaturamento da compra) a média de 80, 60 ou 40 mil como capital mínimo para investimento. Quem se habilita para a próxima eleição?

Infelizmente essa parece ser já uma cultura implantada em nossa comunidade onde não se sabe mais quem são os verdadeiros corruptores – o político ou o eleitor. Na verdade um é reflexo do outro...

A única maneira de se evitar essa aberração seria cortando o mal pela raiz: acabar de uma vez por todas com o subsídio dos vereadores. Para isso, entretanto, seria necessário uma mobilização total por parte da comunidade eleitoral séria – aquela que não se deixa corromper – para pressionar nossos próximos representantes eleitos. Quem se habilita?

Está na hora de acabar com essa falsa impressão de que o eleitor só tem o poder do voto, de que depois da eleição os eleitos fazem o que querem e o povo só tem o direito de assistir de camarote. Nosso município é carente de recursos; não faz sentido, portanto, gastar tanto com algo inútil. É o dinheiro de nossos impostos que está ali e não é só quem faz Declaração de Imposto de Renda que paga. Todos pagam com a movimentação dos salários nos supermercados e lojas.

Há imposto em tudo e é de lá que vem a grana que os políticos torram como se fosse dinheiro de ninguém. A riqueza é nossa e devemos cuidar dela como cuidamos de nossos filhos. Do contrário acontece isso que vemos o tempo todo nos noticiários e aceitamos passivamente com toda a nossa impotência. É hora de se organizar e reagir... Ou vamos deixar isso continuar impunemente? Basta fazer uma Lei de Iniciativa Popular com mil assinaturas e encaminhar à Câmara. Quem tomaria a iniciativa? Com certeza faltaria assinatura. Alguém tem dúvidas quanto a isso? Mil seria pouco...

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